Páginas

A noiva vestida de preto



Era daqueles casais que tinham tudo para terem um excelente matrimônio. O rapaz, extremamente devotado à sua amada, sempre fazia o melhor para ela. Aquela garota podia não parecer a melhor opção e podia já o ter magoado algumas vezes, mas seu amor por ela era tão grande! Mesmo sob a possibilidade de se frustrar, lançou-se sem medo naquele relacionamento. Afinal, um lindo casamento poderia surgir daquele tão grande amor que todos percebiam.

Algum tempo se passou, entretanto sua amada ainda não se importava com ele. Teve outros relacionamentos, não dando a mínima aos sentimentos de seu marido. Parecia sentir prazer em rejeitá-lo, magoá-lo. Por causa dos outros homens, aquela mulher começou a degradar-se moralmente e fisicamente. Conheceu as drogas e, através delas, conseguiu marcar seus antebraços com marcas de agulha. Para se sustentar no vício, roubava coisas de casa. Quando não conseguia dinheiro suficiente, entregava-se aos traficantes.

Quanto ao marido, não conseguia mais manter aquele relacionamento. Cuidava dos filhos de outros, estava sendo roubado, traído, humilhado pela sua esposa tão amada. O que fazer? Afastar-se, desistir de cuidar dela, que estava tão perdida? Tanta, tanta, tanta dor. Tanta afronta. Não adiantavam conversas. Ele havia conversado com sua esposa pessoalmente, tinha pedido para amigos conversarem com ela, tentado de tudo. Arrumou suas malas, deixou uma quantia de dinheiro para que ela pudesse prover os filhos, um telefone para que ligassem em caso de urgência e resolveu ir para um outro lugar.

O tempo se passou. As poucas notícias que chegavam eram tão tristes e traziam mais dor ainda àquele coração. Um dia destes em que o céu nasce cinza, recebeu uma ligação. O número era conhecido, de uma das crianças. Foi por aquela ligação que ficou sabendo que sua amada, que havia se perdido, enfrentava dificuldades. Ela não conseguira pagar as dívidas com os traficantes e estava sob ameaça destes. Era uma quantia muito alta. Não pensou duas vezes. Vendeu o que podia, tirou todo o dinheiro do banco e foi resgatar a amada. Conseguiu a libertação dela que agradeceu – apenas com um piscar de olhos - e saiu correndo do cativeiro. Enquanto ele também se retirava daquele lugar, começou um confronto entre os traficantes e um grupo rival. Bala perdida. Que acabou “achada” no coração dele.

"Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de mim; ainda que chamam ao Altíssimo, nenhum deles O exalta." (Oséias 11:7)

1 comentários:

Marielle Alves disse...

É por isso que eu penso: ame quem te ama! XD

Ficou muito bom o conto, Fred!

Beijos!

Postar um comentário