[Um minuto. Que pode ser aproveitado de diversas formas.] De uma maneira ou outra, todos sabiam. O sol, vermelho, fraco, débil, quase não esquentava mais. Todas as peles descoradas, por uma falta de luz solar. Olhos fundos, marejados. Situação caótica, mas que haviam aprendido a viver. Então, vieram as sirenes.
Faltava um minuto.
"Aproveitarei, claro! Farei o que nunca dantes pensei! Para que pudores, agora que as horas passaram-se e tudo o que me resta é um mísero minuto?!" E este foi-se "aproveitar" o tempo.
Faltava um minuto.
"Como assim? Morrerei? Não, não pode, não, não." Entrou em parafuso, surtou de vez. Olhos revoltados, marejados de lágrimas, um grito cortante, desespero latente. Teve um ataque cardíaco.
Faltava um minuto.
"Ah, não acredito! Fui-lhe fiel toda a vida, e agora, no nosso último minuto, queres largar os pudores e largar-me ao relento? Não, nem tente". E acerta o rolo de macarrão na cabeça do nosso amigo que queria aproveitar o tempo.
...
O minuto passou-se. O sol explodiu, consumindo tudo que existia até o planeta Marte.
"E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe." (Apocalipse 21:1)
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